3.5.09

Um palavra? Orgulho!

Tento escrever algo que consiga transmitir o misto de sensações que vivi nesta última semana mas é realmente muito complicado. Esta semana teve, sem dúvida, dias muito felizes que vou guardar para sempre na minha memória. Esta semana vivi a "vida académica na prática" tal como diz o slogan da Associação Académica da Universidade de Aveiro, mas isso cada pessoa sente de forma diferente. Contudo, garanto-vos que com o maior orgulho que vocês possam imaginar. Defender um curso em que acreditamos, defender uma Universidade que nos rotula, futuramente, no mercado de trabalho, conviver num grupo com os mesmos objectivos que nós e arranjar nas gargalhadas conjuntas, vontade para continuar a trabalhar e fazer cada vez mais, foi assim esta última semana. Foi o nosso tão esperado Enterro que, tal como a Queima das Fitas, tem muita festa, muitos concertos e é, muito resumidamente, a semana de despedida de caloiro, ou seja os caloiros deixam de o ser no último dia que é marcado pelo desfile em que todos nós, acompanhados pelos seus cursos, passamos pela reitora. Temos quatro dias para construir um carro de curso (em Aveiro a tradição consiste em os caloiros construirem um carro para os finalistas, mas no fundo o objectivo é representar o curso), num armazém com as piores condições possíveis (mas isso é um àparte), com o mínimo de material possível por consequência de sermos um curso pequeno e termos atingido o valor monetário mínimo para participar no desfile, com muito stress à mistura por nem sempre as coisas correrem como queremos e por não termos jeito nenhum para pregar madeira... Enfim, muitas aventuras aconteceram na construção do carro mas se houve coisa que nunca faltou foi um sorriso na cara e a força necessária para irmos trabalhar todos os dias mesmo que desanimados com o resultado. Para além de Deolinda e Rui Veloso terem sido maravilhosos, não desiludiram nada e fizeram valer a pena os três dias que escolhi ir ao recinto uma vez que o dinheiro não deu para mais! Continuando a falar do desfile, na quinta-feira (dia do desfile) com o carro já todo construído e preparado para se fazer mostrar pelas ruas de Aveiro eis que surge um problema dos grandes que rapidamente passou de telemóvel em telemóvel pelas pessoas do curso: "O carro partiu-se e estragou-se todo." As lágrimas foram inevitáveis. A cerca de 3 horas para o desfile o carro tinha caído e a estrutura de madeira que suportava o cartão tinha-se partido toda, fazendo com que este perde-se o efeito passando a não se perceber que carro era... o que era, nada! A tristeza era muita, afinal de contas, após 4 dias de intenso trabalho a construír um carro, ele tinha-nos atraiçoado... e tão bonito que estava tinha de estatelar-se no chão. Não quis mais pensar nisso, tanto que no jantar de curso a sangria ajudou-me a esquecer os problemas e a concentrar-me naquilo que era realmente importante: as minhas últimas horas como caloira! O jantar foi simplesmente brutal e o desfile superou todas as expectativas possíveis. Naquele longo percurso não senti nem por um segundo uma gota de cansaço tanta era a minha alegria! Durante o ano lectivo foram muitas as vezes que senti vontade de não ser caloira, por muitas coisas que passámos que nunca cheguei a referir aqui no blog tais como injustiças, faltas de educação, praxes muito pesadas, atitudes intoleráveis para connosco, entre tantas outras coisas que geraram cansaço geral e só fizeram com que a caloirada se unisse mais! Mas agora possa afirmar que todas essas coisas serviram para que este fosse o meu melhor ano e aquele com que vou recordar com maior saudade no meu percurso universitário. Depois do desfile, trajei pela primeira vez. Não consigo descrever a sensação. É com o maior orgulho que visto aquele traje, principalmente depois de tudo o que se passou. Só quem vive o espírito académico na primeira pessoa sabe o significado de vestir um traje. Mas a história não termina aqui. Uma das maiores prendas que recebi esta semana foi o meu merecido baptismo e um grande nome de praxe: a mulher da luta!

Tristes dos que não gostam de praxes, tristes dos que se afirmam anti-praxe como se fosse o melhor que fazem, tristes dos que pensam que as praxes são para sofrer, tristes dos que se colocam à parte do mundo de sensações que a vida académica tem para nos dar, tristes dos que não vivem nem sentem cada conquista. Mas principalmente tristes dos que não sabem praxar. E nestes últimos dias comecei a amar ainda mais Aveiro porque é a cidade que irá guardar, para sempre, todo este meu percurso e que em todos os seus cantos guarda histórias e recordações.

8 comentários:

Karlytus disse...

:) os meus parabéns!!

Q essa disposiçao te acompanhe durante toda a semana!! :)

beijinhos azulis e alegres!!

' Claudjinha disse...

parabéns Excelentissima Veterana :P

não podia concordar mais contigo em relação a esse ambiente académico. e também não compreendo as pessoas que se afirmam anti-praxe; que se coloca aparte da vida académica, que é algo que nos marca para a vida.

dia 7 vou ser enterrada e deixar de ser caloira, e Trajar pela primeira vez. Mal posso esperar :D

Beijinho

Unknown disse...

:')

Ainda bem que aproveitaste da melhor maneira o teu tempo como caloira... Se soubesses a falta que sinto de ser caloira, de ainda estar no começo, de quando ser baldas era normal e ninguém dizia nada...

Enfim, caloirada...

green_animal disse...

Apesar de achares que dei uma "visão negra" no meu blog, acredita que no meu 1o ano poderia ter escrito um texto semelhante ao teu... Mas já berrei muito plo meu curso, já trajei x sem conta, já fui praxada um ano todo e também já praxei, já tenho afilhados e por aí fora. Por isso para mim as coisas agora são diferentes do primeiro ano - e por conseguinte valorizo coisas diferentes ;) E também associo isto à cidade - no meu caso o Porto, cidade que adoro cada vez mais desde o dia em que fui para lá viver <3

UmJosé disse...

"Tristes dos que não gostam de praxes, tristes dos que se afirmam anti-praxe como se fosse o melhor que fazem"

Sim, sou anti-praxe. Não por ser contra, não por ser a favor mas por me ser total e completamente indiferente. (Infelizmente é este o termo que se usa para designar a quem a praxe nada lhe diz...) Se são tristes os que não são pela praxe e se põe contra ela, não serão tão tristes os que a defendem assim, basicamente pondo todos os anti-praxe num saco e atribuindo-lhes o rótulo de "tristes"? Não quero ofender ninguém, atenção.

Não será um pouco ultimatista, apenas se verem o "Sim" e o "Não" como alternativas? Ou és por nós ou és contra nós?

Diz-me com que cara é que uma pessoa como eu iria desfilar num cortejo, assistir a uma serenata ou envergar um traje que nada lhe diz? Só porque é tradição? Só porque sim? Só porque os outros também o fazem? Sem pretensões de rudeza, arrogância ou má-educação te pergunto: Ensinaram-te a pensar por ti própria, certo? Lamento, mas para conformismo bem me bastam as outras vezes em que não podemos tomar uma posição. Prefiro mil vezes ser anti-praxe (que leu o código e que o sabe) do que “Senhor da Praxe” que comete as maiores infracções ao dito código (pelo qual se devia reger) e lá está sem qualquer sentimento, só porque sim. A mim, tal como a ti, espero, ensinaram-me a usar a minha cabeça pelos outros.

É nisto que tudo se resume: A Vida Académica não é só a praxe, como a pões. Não nego que lhe seja uma parte significante, mas não a é no todo, mas não é isso que aqui está em questão. E independentemente de ser ou não pela praxe, eu continuo a ter uma Vida Académica boa ou má, isso só a mim me compete saber.

Atentamente,
José Carvalho, anti-praxe (por designação) e feliz. ;)

P.S.: Algumas partes são capazes de não fazer muito sentido, dependendo da Academia que frequentam. A minha é de Coimbra. E há-de ser, até morrer :)

Ivan Simão disse...

Este sim é o verdadeiro discurso da "praxe por simpatia" ou seja não sou a favor porque não me apetece passar por tudo o que os caloiros passam na praxe, mas também não sou contra porque não quero ser posto de parte de alguma forma.
Não acho que se estejam a por todos os anti-praxe num saco e atribuindo rótulos, até porque vivemos num país livre em que as pessoas têm total liberdade de fazer, escolher ou agir da forma que querem acatando as consequencias quer negativas quer positivas. E ao estares tu a dizer os supostos "Senhores da Praxe" não sabem o codigo não os estas a meter todos num saco? Isto é como em tudo, há pessoas com cabeça e que têm perfeita noção de como as coisas funcionam e têm prazer em cultivar a tradição e outras que não. Ela refere mesmo "Mas principalmente tristes dos que não sabem praxar." porque infelizmente tambem os há! E estes sim fazem muitas vezes as pessoas desanimar e desistir.
O que a Joana tentou descrever neste texto foi a importancia que toda esta vida académica e não só as praxes tiveram na vida dela este ano, lamentando que uma serie de pessoas não dê uma oportunidade a esta tradição vivendo com ideias pré-concebidas e seguindo o pensamento dos outros.
A surpresa em geral é gostarem das praxes e não o contrario desde que lá ponham os pés pelo menos uma vez, pelo menos aqui por Aveiro

J. disse...

Primeiro, referia-me aos "anti-praxe" que nunca meteram os pés numa única praxe e se acham no direito de falar mal, de criticar sem nunca ter passado pela experiência. Tal como em tudo na vida, acho bem que só falemos das coisas depois de a termos experiênciado e não falar só por falar. Conheço muita gente assim, que é contra a praxe sem saber o que ela é e o que ela significa e eu esses critico-os mesmo porque nunca a viveram para poder falar. Não podemos criticar alguém sem o conhecer, certo? Aplica-se. E sim, a esses acho-os tristes. Outra coisa, tal como disse no post, "tristes também os que não sabem praxar" porque é muitas vezes devido a essas pessoas que muitos não vão às praxes e nunca vão saber o que é uma praxe no verdadeiro sentido da palavra: divertida e com o intuito de integrar.
Nunca rejeitei ninguém, nunca deixei de conviver com ninguém só porque essa pessoa não vai a uma praxe, isso vai de todo contra os meus príncipios. E nunca tomei essa atitude "és por nós ou és contra nós" como me estás a querer pintar.

Outra coisa, só por eu usar um traje, só por eu adorar ir assistir a uma serenata, só por eu fazer parte de um desfile representando o meu curso e DIVERTINDO-ME, faz de mim uma pessoa que pensa igual aos outros? Por amor de deus... estás mesmo muito enganado. Aprendi no meu primeiro ano de caloira a ter amor pelo meu traje porque felizmente tive ao meu redor pessoas que me souberam transmitir o seu significado e este ano comprovei o sentimento que se sente em vestir uma coisa que realmente te traz orgulho. Dar a cara pela Academia que defendes, onde vais crescer, viver... Acho tristes os que não sabem apreciar uma serenata e todo o espírito presente nela como em todos os eventos académicos. Isso acho triste. E é devido a pessoas como tu, que nunca sentiram esse orgulho na pele, que muitos vão atrás (os que pensam pela cabeça dos outros, os tais que tu tanto referes) e recusam-se a frequentar uma praxe devido a ideias pré-definidas que levam quando chegam a uma Universidade. As praxes podem ter muito má fama, eu entendo isso perfeitamente, mas como em tudo devemos dar uma oportunidade às coisas e a nós mesmos. Durante todo o meu ano de caloira, tive praxes às quartas à tarde, nunca tendo faltado a nenhuma e não me arrependo, de todo, apesar de muitos problemas que se passaram no meu curso e contra os quais eu lutei. Lutei contra algumas pessoas que não sabiam praxar e que cometiam erros ao código. Eu também li o código e sei-o e espero daqui a um tempo poder praxar nunca sendo nenhum "Senhor da Praxe" (como tu dizes) e apenas conseguir integrar, divertir os caloiros que acabam de chegar ao desconhecido. Para mim a praxe o traje são um só, isto é, para mim tu não sentes o orgulho de trajar sem teres sido praxado e passado pelo "percurso normal".

Eu não coloquei a Vida Académica apenas na praxe. Não é por ter feito um post sobre aquilo que sinto em relação à praxe, que já acho que tudo na Universidade é só praxe. Devias ler com mais cuidado o que escrevo para não fazeres más interpretações.

Ainda bem que és feliz, também o sou e já era antes de frequentar uma praxe, por isso não percebo o que queres dizer.

É realmente com algum desagrado que respondo ao teu comentário devido à tua arrogância. Há muitas maneiras de fazermos crer a nossa ideia sem sermos arrogantes para os outros, apenas usando uma linguagem totalmente descontraida, sabes?

Referes sempre no teu comentário que eu, provavelmente não sei pensar pela minha cabeça, mas quero deixar aqui bem claro, que não é por se usar um traje (como a maioria usa) que não penso por mim. Enfim.

Finalizando, não me conheces de lado nenhum, por isso não gosto que tires ideias inválidas de mim e as exponhas como sendo certas.


Aconselho-te:
http://www.geocities.com/portoacademico/Outros/Contributo.html

J. disse...

Exactamente Ivan, "praxe por simpatia". Não podia concordar mais.