18.11.09

Da nostalgia, do que ficou para trás

Sou uma pessoa de reflexões, gosto de pensar no porquê das coisas, gosto principalmente de pensar em motivos, nas origens, gosto de levar a imaginação mais além, gosto de pensar no futuro das coisas, das situações, gosto de pensar no presente, no passado, de pensar nos «e se...», de modificar ainda que mentalmente, de planear, enfim... Gostava de ser mais e melhor. Tenho saudades daquela altura da vida em que achamos que podemos ter o mundo aos nossos pés e que podemos ser quem queremos, quem desejamos, que podemos fazer o que gostamos... Havia um tempo em que só pensávamos na vida ideal, sem averiguar os contras, porque sabíamos que nada de mal nos ia acontecer... Tenho saudades de ter segurança em relação a quem sou. Quantos mais os dias avançam, deambulo no tempo, na indecisão, na confusão do que sou e do que quero, realmente, ser. «E agora?», «O que fazer?», «O que queres de ti e da tua vida?», «Quem queres ser?» são perguntas para as quais não tenho resposta e quanto mais os dias passam, menos sei, menos certezas possuo. Tenho saudades (meu Deus, isto é uma expressão que repito vezes demais na minha vida) da altura em que achava que ia escrever o livro da minha vida, que ia adquirir grandes níveis de conhecimento nas áreas de que gosto, havia a altura em que a ambição corria-me nas veias. Mas agora, o tempo passa, as coisas correm, os dias contam-se e o tempo, o tempo foge... Acabo por não ser nem metade do que gostaria de ser. Acabo por me comportar como que num modo automático, no fundo como todos os seres humanos fazem, dentro de uma rotina onde tudo acaba por ser monótono. Quero voltar a ter o sonho do meu lado e quero alimentá-lo dentro de mim. Posso até, por vezes, raras vezes, perder-me no meu imaginário, do que gostava de fazer, tantas vezes nas aulas de Edição, transporto-me no monólogo da professora e imagino-me, revejo-me e crio um mundo temporário onde gostava de estar. «Caramba, eu quero muito isto». Quando é que nos distinguimos uns dos outros? Quando é que alguém vai dar, dentro de um certo silêncio e pacatez, por alguém? Sei que tenho de batalhar, mas e quando não nos sentimos aptos a tal? Enfim, muitos pensamentos dispersos...
(I., um dia vou escrever o livro da minha vida. Obrigada. :D)

3 comentários:

I. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
I. disse...

É impressionante a forma que como ao ler este post mais uma vez me identifiquei contigo e como me deixar levar por estas tuas palavras, que todas juntas me fazem outra vez sentir que não nos podemos conformar com isto, com o que temos neste momento.
Devemos sempre procurar mais, muito mais . Dvemos lutar pelos nossos sonhos e aprofundar o nosso talento. Não temos de ter receio, não temos de olhar para trás e muito menos rendermo-nos ao "não sou capaz". Sim, somos capazes. Sim vamos fazer!
Joana, tu sabes mais do que ninguém que se não tivesses o talento, a capacidade e o sonho de fazer isto eu era o primeiro a dizer-te a verdade sem rodeios. Mas tu TENS O TALENTO. Escreves de uma maneira que encanta todos os que leem os teus textos.
Segue em frente, segue o teu sonho, porque eu estarei aqui para te apoiar. SEMPRE


J. espero que esse livro faça referências a nós.


<3 sempre

Anónimo disse...

Nunca deixes de acreditar nos teus sonhos :)

Beijinho