25.2.10

dos blogs, dos textos, das más interpretações...

Adoro escrever e é a isso que se resume o facto de eu possuir este blog, ainda. Escrever sempre foi um pouco da minha vida, as folhas escritas e rabiscadas com pensamentos, uma vez mais profundas, outras sem sentido algum, é uma coisa que me acompanha desde que me conheço. O amor pela caneta e pelo papel, pelos blocos de notas, pelos cadernos de linhas, pelo acto em si de escrever: o mover da mão criando algo, é uma coisa que me fascina e da qual não me consigo separar. Ao ter este blog, é um pouco disso que faço, muitas vezes, expôr alguns dos meus textos arquivados em cadernos e escritos em momentos esquecidos ou até coisas tão espontâneas que ultrapassam o próprio pensamento. Acho que o facto de ter um blog se resume pelo simples acto de desabafar, de expôr, de partilhar, de ser ouvido. Tenho este blog como uma página (nem o vejo como uma página, possivelmente é isso que me faz mal) que uso, no meu dia-a-dia para escrever coisas à minha vontade, sem me importar de ser julgada, criticada ou reconhecida. Escrevo apenas porque sim, porque como já disse é algo que faço quase que inconscientemente. Já algumas barreiras me interceptaram desde que o tenho mas isso nunca me impediu de o continuar sendo uma coisa que tanto gosto. Porém, tenho perfeita noção que essas barreiras limitam o que aqui posso escrever ou não, fazem com que pense se devo ou não devo e condicionam-me. Gosto de escrever sobre situações da minha vida, sobre situações de outras vidas, sobre coisas que nunca aconteceram, sobre tudo o que me apetece e quero que continue a ser assim, porque senão não seria o meu blog, mas sim algo com que eu não me identificaria. Sei que estas barreiras são ultrapassadas aos poucos, apesar de deixarem mazelas. Quero, contudo viver na ilusão de que a liberdade existe e de que posso fazer o que quero porque a partir do momento em que for totalmente condicionada naquilo que escrevo, este blog deixa de existir. Não escrevo para ser interpretada, sobretudo mal interpretada, principalmente quando as pessoas se esquecem que esses mesmos textos têm um autor e que provavelmente esse mesmo autor não está a escrever o óbvio ou até, o que querem que ele escreva.

4 comentários:

Poetic Girl disse...

Gostei das tuas palavras. Sinto o mesmo, quando escrevo é as palavras que sentem necessidade de vir cá para fora. Se são situações reais, imaginadas por mim? tem um pouco de tudo, tem realidade, tem fantasia. Tem acima de tudo uma grande parte de mim... beijocas

Luís disse...

Estou completamente de acordo contigo mas atenção porque parece-me ver subentendida a noção de que liberdade é a ausência de regras, quando não o é. A liberdade individual consubstancia-se na noção de bom senso.

Beijo, Luís

J. disse...

Luís, claro que sim. Liberdade apenas ao escrever o que a minha vontade me diz mas sempre e sem nunca esquecer o bom senso. Estou totalmente de acordo contigo quando dizes que a liberdade nao é ausência de regras.

Já agora dizias quem és :)

Beijinhos

Luís disse...

Acho que não nos conhecemos! :) Decobri o teu blog numa pesquisa no google e tenho visitado de vez em quando...

bjo