10.5.10

o amor, sempre o amor


Detesto quando o teu perfume se mantém cravado no meu pescoço ao acordar de uma segunda-feira. Detesto e adoro. É um sentimento contraditório este com que fico. Estiveste presente em todos os sonhos que eu tive, estiveste sempre comigo enquanto eu dormia. Acordo a tentar descodificar este sentimento que nos une, tão poderoso. Tento entender o quanto te amo mesmo que estejamos distantes.  Não houve um segundo que não estivesses junto a mim e não consigo abandonar esta forma como senti a tua presença. Nem quero. Lembro-me tão bem quando era pequenina e ias viajar com o pai, mesmo que por um fim-de-semana, eu ia a casa de banho e cheirava os frascos dos teus perfumes, dos que mais usavas. Houve um dia que vesti o teu pijama e foi como que se estivesse a dormir contigo. Era uma miúda de sonhos frágeis, a carência era muita e a saudade, essa, nunca me abandonava. Nem agora me abandona. Saudade é uma das palavras que há-de estar sempre presente na minha vida, mas isso já tu sabes, não é? Às vezes gostava de ter ainda pior memória, isso faria com que eu fosse menos ligada a situações do passado, a momentos que ficaram para sempre nas minhas recordações. Faria com que eu não tivesse saudades tuas, do que passamos juntas, das nossas gargalhadas e o calor de um amor maternal. Por outro lado gostava de me manter sempre pequenina nos teus braços quentes de afecto para dar, gostava de ainda caber no teu colo e de fazer parte daqueles com quem estás diariamente. Quanto mais o tempo passa percebo que este amor nunca vai acabar e que é contigo que preciso de estar para me sentir bem, mesmo diante das discussões ou troca de palavras que possamos ter nos momentos de maior infelicidade. Mas o amor também é isso, afinal. Podermos sentir confiança no outro para poder afirmar aquilo que não gostamos, as nossas frustrações... O amor não é só demonstrado com afecto mas também quando ambos são postos à prova e resistem a palavras menos bonitas de se ouvir. Quando esclarecem, quando fazem as chamadas «pazes» e prosseguem o seu caminho, juntos. Seria inevitável isso não acontecer connosco. Gosto quando desabafas comigo. Não gosto quando estou muito tempo sem ir a casa porque sei que mesmo que o mundo acabe tu não me vais contar por telefone. Gosto de estar presente. Sinto-me em dívida (sempre no bom sentido) e quero retribuir-te tudo o que tens feito por mim e o mundo inteiro de amor que me dás todos os dias, apenas por existires. És tu que sabes os meus segredos, os meus medos, és tu quem me conhece melhor que a própria palma da tua mão. És tu que sabes que não consigo dormir quando estou chateada contigo, tinhas sempre de voltar ao meu quarto, dar-me um beijo de boa noite e dizer-me que estava tudo bem. És tu que sabes que eu não gosto de coentros, és tu que sabes que adoro iogurtes de côco e és tu quem os compras à sexta feira e os tens no frigorífico para mim. És tu que sabes que adoro o cheiro do pão quente acabado de fazer todos os sábados e és tu que me dás um abraço forte todos os domingos, antes de vir embora, para podermos sentir a energia uma da outra durante a semana. És tu quem me telefona todos os dias, sem nunca falhar. É contigo que eu estou horas intermináveis ao telefone a falar do nada, ou apenas em silêncio para podermos sentir a presença uma da outra. Sabes, na minha vida tenho a sorte de poder ser presenteada com lindas histórias de amor. Eu e tu somos uma delas. Precisava de te dizer isto, acabei por escrever. Quem sabe um dia leias.     

2 comentários:

Cat disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cat disse...

Tão bonito j.. Andas muito enternecedora, mais do que o habitual. És um doce de menina :').

Obrigada pelo comentário :'). Layout's parecidos hein :b. Quem tem bom gosto, tem :D